Privativo - City Tour Foz do Iguaçu

LEVA E TRAZ

De R$ 350,00 Por R$ 300,00
Desconto válido para pagamento à vista

Veículo sedan executivo
Até 4 pessoas
Tempo estimado 4h de tour

City tour Foz do Iguaçu

O city tour em Foz do Iguaçu é um passeio que realizamos em veículo privado, com tempo médio de duração de 4 horas. Foz é famosa pelas cataratas do Iguaçu. E para apresentar esta cidade da forma mais completa possível, além dos vários passeios que realizamos, nós realizamos o city tour em Foz do Iguaçu, nosso tour contempla a Mesquita muçulmana Omar Ibn Al-Khattab, o Templo Budista Chen Tien e o Marco das três Fronteiras, que possui uma vista incrível do alto das fronteiras do Brasil, Paraguai e Argentina. Alem de apreciar o charme e a elegância de Foz Iguaçu.

Sobre o City tour em Foz do Iguaçu

O city tour é um passeio para você visitar as melhores pontos turísticos e históricos de Foz do Iguaçu. Durante este tour, você passará pela Mesquita muçulmana Omar Ibn Al-Khattab, o Templo Budista Chen Tien e o Marco das três Fronteiras. A história de Foz do Iguaçu, abrange muitos locais e situações, mas separamos esses três locais, que além de muita riqueza histórica, são ambientes maravilhosos para visitar.

Conheça o melhor de Foz do Iguaçu neste passeio! Permita-se aprender sobre a cultura local, e as iniciativas de Foz do Iguaçu, para se manter entre as cidades mais interessantes para conhecer, no Brasil e no mundo. Nosso city tour em transporte privativo, te leva para todos os passeios de foma confortável e segura.

Melhores dias para realizar o city Tour em Foz do Iguaçu

O city tour em Foz do Iguaçu, precisa respeitar os dias de funcionamento de cada local de parada. A mesquita não recebe visitas nos domingos, e sábado seu horário de funcionamento é até 11:30. O templo budista recebe visitas de terça a domingo, não recebendo visitas na segunda. Já o marco das três fronteiras, funciona todos os dias a partir das 14:00, ficando assim fundamental organizar o city tour, para não haver contratempos.

Ingressos city Tour em Foz do Iguaçu

Em nosso city tour em Foz do Iguaçu, não esta incluso o ingresso do marco das três fronteiras, ficando o mesmo por conta do cliente. A mesquita muçulmana Omar Ibn Al-Khattab, e o templo budista Chen Tien, possui entrada gratuita.

Marco das Três Fronteiras

O Marco das Três Fronteiras é um dos lugares mais bonitos do mundo. O ponto turístico e histórico, faz parte do nosso city tour em Foz do Iguaçu, e simboliza a união dos países, Brasil, Paraguai e Argentina. O local conta com uma visão espetacular das fronteiras dos três países, uma cultura muito rica, além de uma geografia singular entre os territórios e muitas histórias.

City tour em Foz do Iguaçu Marco das tres fronteiras
City tour em Foz do Iguaçu

Em Foz do Iguaçu, o visitante tem à sua disposição o ponto turístico com ótima infraestrutura, com várias atrações, gastronomia com pratos da região, ambiente com arquitetura planejada, buscando deixar os visitantes mais próximos das épocas do surgimento da cidade. No marco encontramos muitas curiosidades, conforto e segurança para contemplar o lugar.

O obelisco do lado brasileiro, foi fixado há mais de 100 anos na fronteira de Foz do Iguaçu, com as cores nacionais do nosso país. O visitante tem um momento único, de fazer uma viagem ao passado histórico de Foz do Iguaçu, do Brasil, e países envolvidos. O show de Luzes e água em volta do obelisco, transformam este momento histórico em uma atração de encher o olhos, deixando o local ainda mais envolvente. O marco das três fronteiras, esta localizado na área da Praça das Três Fronteiras, o ponto é parada obrigatória do nosso city tour, para registros fotográficos e vídeos.

No período colonial, houve diversas desavenças entre Portugal e Espanha sobre as fronteiras que separavam seus territórios americanos. A defasagem do Tratado de Tordesilhas (1494), provocada principalmente pela inserção continental dos bandeirantes, procurou ser resolvida com o Tratado de Madri (1750), utilizandose o principio romano do uti possidetis, que garante a posse do território apenas a quem de fato o ocupa.

Nesse tratado, Portugal assegurava os atuais estados do Rio Grande do Sul, partes de Santa Catarina e Paraná e cedia a Colônia de Sacramento, abrindo mão da sua influência no estuário do Rio da Prata.

City tour em Foz do Iguaçu
City tour em Foz do Iguaçu

Não obstante, os trabalhos de demarcação prosseguiram de forma lenta e precária principalmente pela dificuldade de locomoção e sobrevivência em uma região inóspita e exposta a ataques indígenas guaranis. Como consequência direta, o Tratado de Madri provocou a Guerra Guaranítica (1754-1756), pois os missioneiros espanhóis em conjunto com os índios aculturados se recusavam a deixar suas missões no atual solo brasileiro e mudar-se para a outra margem do rio Uruguai.

Essa mudança significava deixar seus lares aos portugueses, associados pelos índios aos bandeirantes que saqueavam e destruíam seus povos, escravizando sua gente apenas algumas décadas atrás. Em 1759, formou-se uma comissão que partiu para explorar e demarcar a área. Como havia pouco conhecimento topográfico da região, era necessária a presença de índios e mestiços para guiar a equipe e fornecer informações sobre os rios e montanhas utilizados como limites fronteiriços.

A missão da comissão era realizar a demarcação a partir de dois grandes rios, o Uruguai e o Iguaçu, utilizando rios menores para conectá-los, o rio Peperi-Guaçu, que já havia sido usado como limite desde o século XVII, e o rio Santo Antônio.

Enquanto a turma de demarcadores portuguesa explorava e determinava os pontos geográficos, os espanhóis avançaram em território português na margem direita do rio Uruguai em direção à foz de outro rio que já figurava, embora sem nome, nos mapas do começo desse século. A partir deste rio que nomearam de Peperi-Guassú, buscaram no lado oposto da serra um rio para fazer a ligação entre os dois grandes rios. Na realidade estes rios eram, respectivamente, o Chapecó e o Jangada.

Pela interpretação espanhola, os portugueses perderiam um imenso território de 30 mil quilômetros quadrados, abrangendo a parte ocidental de Santa Catarina e Paraná, tomando quase a totalidade da comarca de Palmas. Apesar de ter sido anulado pelo Tratado do Pardo (1761), o Tratado de Madri foi importante para a definição das linhas gerais dos contornos naturais (rios e montanhas) usados no Tratado de Ildefonso.

Os litígios territoriais continuaram com a independência das colônias e o Império do Brasil tinha dificuldades de gerenciar um vasto território e, a exemplo do que ocorreu na América hispânica, a possibilidade de fragmentação desse território em países menores era real.

Por mais que o governo imperial tenha tentado elaborar uma nova comissão para resolver o problema dos nomes e localização dos rios, nem as atividades científicas nem a diplomacia bilateral conseguiram uma solução. Com a queda do Império, o impasse ficaria na responsabilidade da jovem república brasileira para resolução.

Na passagem do século XIX para o XX, a fronteira entre Brasil e Argentina ainda era obscura e controversa, o conflito parecia eminente. Porém entrar em guerra naquele momento com a Argentina seria para o Brasil ter guerra em duas fronteiras, pois já estava em conflito armado com a Bolívia, na Guerra do Acre (1899-1903).

Além do litígio com a Bolívia ao norte, a fronteira entre os estados de Paraná e Missiones não estava definida ao sul, constituindo mais um desafio para a diplomacia sul-americana e um momento de incerteza nas relações internacionais da região. Esse antigo impasse territorial ficou conhecido como a Questão de Palmas.

Até 1888, a Argentina reivindicava as margens ocidentais do Rio Chapecó até o rio Uruguai, e do Rio Chopim ao Rio Iguaçu. O governo argentino converteu em território nacional a província de “las Misiones”, dividiu a região em cinco departamentos e estendeu seu domínio para leste.

Uma área que abrangeria dezenas de municípios paranaenses e catarinenses. No Paraná, a área pleiteada pela Argentina envolvia alguns municípios como: Palmas, Pato Branco, Francisco Beltrão, Realeza, Clevelândia, Dois Vizinhos, Barracão e Cruzeiro do Iguaçu; e, em Santa Catarina: São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira, Maravilha, Pinhalzinho, Palma Sola, Campo Erê, Santa Helena, Cunha Porã e Iporã do Oeste.

Porém esse avanço se fez em terras de posse histórica brasileira e jurisdição do Império. Além disso, era uma área de pecuária que possuía núcleos de povoamento, como Boa Vista ou Palmas do Sul, Clevelândia (1838) e Palmas (1855). Após correspondência trocada entre os países, o Brasil promoveu a instalação de colônias militares dos rios Chopin e Chapecó, Chapecó, objetivando promover a defesa da fronteira.

Em 1885, formou-se uma comissão binacional para explorar os rios e o território. A reunião realizada e Montevidéu provocou desentendimentos principalmente por dúvidas sobre a localização do rio Chopim, que os comissários argentinos entendiam ser o rio Jangada.

Após 1888, o país platino passou a reivindicar que a fronteira aumentasse do Rio Chopim, ao Rio Jangada expandindo seu território até as margens de Porto União, já quase no centro do atual estado de Santa Catarina, determinando que o Brasil cedesse mais uma área que englobava os atuais municípios de Chopinzinho, Mato Branco, São João, Dr. Antônio Paranhos, Gramados e Saudade do Iguaçu, correspondendo a 30.621 km², que pelo censo de 1890, abrigava 5.793 habitantes, sendo 5.763 brasileiros, 30 estrangeiros e nenhum argentino.

A área em litígio tinha uma importância econômica devido a sua terra fértil e zona de campo aberto boa para pecuária, além disso, era grande produtora de ervamate, largamente consumida pelo mercado argentino. Havia na área também uma grande relevância estratégica e geopolítica, pois o Brasil ficaria reduzido no trecho a uma faixa de terra, do litoral ao rio Jangada, com extensão de 40 léguas, separando o extremo sul do resto do país e criando dificuldades de comunicação e defesa do território.

A pretensão argentina teve prenúncio de guerra, mas, ao final dos trabalhos da Comissão, o ministro argentino Henrique Moreno propôs a divisão igual do território, através da média geométrica entre os quatro rios, mas a proposta, embora refutada pelo Conselho de Estado, acabou levando à assinatura do tratado de setembro 1889, através do qual, ambos os países se comprometeram a fixar diretamente a linha divisória dos respectivos territórios, no prazo de 90 dias, do contrário a questão seria submetida à decisão arbitral, sem recurso; confiada ao presidente dos Estados Unidos da América.

Esse foi o último ato internacional assinado pelo imperador D. Pedro II, pois em 15 de novembro a República foi proclamada. No limite acordado por Quintino Bocaiuva e Zeballos, no Tratado de Montevidéu, em 25 de Janeiro de 1890, foi traçado uma linha reta do Rio Uruguai ao Rio Iguaçu, da foz do rio Chapecó à foz do rio Chopim, para tentar solucionar a questão dos limites entre as repúblicas.

O objetivo era realizar uma divisão igual do território traçando a média geométrica da área. Tal tratado foi interpretado como benéfico à Argentina e ruim ao Brasil, que realizaria concessão territorial de áreas que já tinha certo povoamento brasileiro e possuía um artigo que o submetia à aprovação da Assembleia Constituinte do Brasil e ao Congresso Argentino.

Na Argentina o tratado foi amplamente festejado pela impressa, e quando Quintino Bocaiuva visitou Buenos Aires após a assinatura foi recebido de forma calorosa, adjetivada de “principesca” pelo noticiário brasileiro.

No Brasil, a abordagem da impressa foi oposta, acusando o acordo de traição à pátria, subserviência internacional e até de “argentinismo”. A comissão do Congresso Brasileiro opinou em seu relatório por rejeitar o Trato de Montevidéu e pelo recurso ao arbitramento, e seu parecer foi aprovado por 142 votos contra 5, em agosto de 1891, não homologando, portanto o acordo.

O governo brasileiro ainda tentou propor um acordo direto depois disso, porém os argentinos recusaram. Após o episódio, Quintino Bocaiuva foi substituído por Dionísio Cerqueira.Iniciaram novas tratativas diplomáticas entre os governos, dessa vez foi solicitado que o presidente dos EUA, Grover Cleveland, arbitrasse a disputa.

A questão ficou conhecida como a Questão de Palmas (1893-1897), devido ao município de Palmas/PR. Na Comissão de Litígio, o lado brasileiro foi representado pelo barão de Aguiar Andrade, enquanto a Argentina nomeu Nicolas Clavo, porém os dois morreram na fase preliminar do trabalho e foram substituídos por José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco e o chanceler Dionísio Cerqueira, e pelo lado argentino mais uma vez o chanceler Estanislao Zeballos.

Os países litigantes deveriam montar um relatório apresentando fundamentação que embasasse seus argumentos em um prazo de 12 meses para apresentar suas exposições, documentos e títulos de seus direitos, prazo que depois foi prolongado por mais 6 meses.

City tour em Foz do Iguaçu
City tour em Foz do Iguaçu

O Barão do Rio Branco possuía amplos estudos na área de história e geografia e já tinha experiência com a questão. Aos 25 anos, em 1870, secretariou o pai, o Visconde do Rio Branco, nas negociações de paz com os países envolvidos na Guerra do Paraguai. A defesa apresentada baseou-se em um vasto trabalho de pesquisa histórica, geográfica e jurídica, e o relatório conferido ao arbítrio possuía 6 volumes e apêndices, escrito em inglês, 63 mapas, sendo muitos deles confeccionados exclusivamente para o relatório e muitos outros eram raros e de antiga datação.

Para embasar a defesa, foi utilizado o Mapa das Cortes, de 1749, encontrado no Depósito Geográfico do Ministério dos Negócios Estrangeiros da França, demonstrando claramente a localização do rio Peperi-Guaçu e do Santo Antônio, seu contravertente.

“A exposição de Rio Branco foi considerada um completo tratado geopolítico da região, como também foi admirada como trabalho literário e artístico de valor fora do comum.” (PINTO, 2013) Sobre o relatório apresentado pelo Brasil, ainda pode-se afirmar que:

O levantamento para a confecção do relatório elaborado pelo Barão do Rio Branco, auxiliado pelo General Dionísio Cerqueira, consistia em diversas fotografias, mapas com indicações de fronteiras, documentos de antigos tratados, relatórios e correspondências das antigas metrópoles, etc.

O texto relata a história da região desde o tempo em que os bandeirantes ali se concentravam para atacar as missões do Uruguai, apresenta os diversos tratados, possui mais de 60 mapas confeccionados exclusivamente, e explana sobre os trabalhos das comissões demarcadoras anteriores, comparando as posições geográficas dos rios originais e os rios que os argentinos supunham ser.

Em fevereiro de 1895, o presidente estadunidense arbitrou em favor do relatório brasileiro, estabelecendo a fronteira entre os países nos rios Peperi-Guaçu e o Rio Santo Antônio e seus respectivos cursos. “O laudo ainda confirmava que os rios Pepiri-Guaçu e Santo Antônio eram aqueles mesmos localizados e demarcados em 1759 e 60 pelos comissários portugueses e espanhóis, do Tratado de Madri”.

Nesse traçado, que é o traçado atual, a extensão total da fronteira entre os dois países é de 1261,3 quilômetros, formado por 4 rios (Uruguai, Peperi-Guaçu, Santo Antônio e Iguassú) e mais 25 quilômetros de fronteira seca. Porém, para a real execução do tratado era necessário demarcar fisicamente o território, uma operação de certa complexidade para a tecnologia da época e devido ao grande isolamento da região. Para fins de evitar controvérsias futuras, fixou-se a exigência do levantamento de marcos.

No tratado de 1898, assinado por Dionísio Cerqueira e Zeballos, a comissão mista de ambas as nacionalidades decidiu estabelecer marcos principais, para determinar pontos geográficos mais relevantes, e marcos secundários, colocados ao longo da fronteira seca, a cada aproximadamente 80 metros, de forma que fossem intervisíveis entre si, bem como nas principais ilhas fluviais e em outros trechos.

Para executar essa tarefa, foi necessário mobilizar militares, cientistas, engenheiros, pedreiros e demais ajudantes. Apenas para ter-se uma noção da importância dessa expedição demarcatória, o próprio Dionísio Cerqueira em pessoa foi escalado para comandá-la. Finalmente, em 20 de Julho de 1903, são inaugurados os Marcos do bairro do Porto Meira em Foz do Iguaçu e do outro lado na margem, na atual Puerto Iguazu.

Encerrava-se pacificamente um litígio territorial queda durava séculos de incerteza, inicialmente entre Espanha e Portugal, mais tarde disputada pelo Império do Brasil com a República Argentina, e depois por essa República e a recém-criada República dos Estados Unidos do Brasil.

O trabalho da Comissão deu-se por encerrado em 1905 e cerca de 300 marcos foram construídos ao longo do trajeto percorrido. No dia 4 de julho de 1903, por decisão unânime de sua Câmara Municipal, a vila de Peperi-Guaçu passou a se chamar Dionísio Cerqueira/SC, em reconhecimento pelos trabalhos do general na resolução do conflito sobre a delimitação da fronteira entre Brasil e Argentina.

O antigo município paranaense de Bela Vista de Palmas foi renomeado para Clevelândia/PR, pela lei municipal nº 3, agosto de 1908, confirmada pela lei estadual nº 862, de 1909, em homenagem ao presidente Cleveland, pelo arbítrio na Questão de Palmas.

Em dezembro de 1909, Dionísio Cerqueira foi nomeado pelo governo federal a dirigir outra comissão militar, dessa vez em Paris, onde veio falecer 3 meses depois. Durante a missão diplomática, dedicou parte do seu tempo ao seu último livro, Reminiscências da Fronteira, obra póstuma.

Mesquita Omar Ibn Al-Khattab

A Mesquita Omar Ibn Al-Khatab é uma das paradas do city tour em Foz do Iguaçu, o nome do local faz referências a Omar Ibn Al-Khatab, o segundo dos califas muçulmanos, considerado o mais poderoso dos califas bem guiados, e um dos mais poderosos do governo muçulmanos.

A mesquita foi inaugurada em 23 de março de 1983, onde o branco é predominante, e tem a arquitetura local deslumbrante . Em 2001, a parte convexa foi pintada de dourado, criada pela comunidade árabe.

A mesquita muçulmana de Foz do Iguaçu é suntuosa, com torres de 15 metros de altura que chamam atenção. O local é decorado com arte abstrata de inspiração religiosa com muitos desenhos, e figuras abstratas além de quadros com versículos do Corão.

A área construída da mesquita é de 600 m² e sua sala oval possui aproximadamente 400m². A orientação é dada pelo Mihrab, feito na parede posterior da Mesquita, onde indica a direção da Cidade Santa de Meca, para onde os muçulmanos voltam a face para oração.

A comunidade árabe, é uma das culturas mais presentes em Foz do Iguaçu, onde sua gastronomia, idioma, e costumes, já fazem parte da rotina dos moradores locais. A Mesquita Omar Ibn Al-Khattab é parte desta presença muçulmana, uma obra de beleza única em Foz do Iguaçu.

As visitas na mesquita Omar Ibn Al-Khatab é realizado em horários determinados , sendo realizado com o máximo de respeito a cultura islâmica, no local precisamos respeitar algumas normas, como: mulheres receberão um véu para cobrir os cabelos e ombros. Também é necessário usar roupas abaixo dos joelhos para poder entrar no santuário.

Foz do Iguaçu se destaca pela sua composição étnica e multicultural, de acordo com Ykegaya (2006), por volta do ano de 1940, iniciaram-se os primeiros fluxos migratórios, de todas as etnias, porém, a maioria árabe que é composta por libaneses e sírios, que foram deixando suas marcas com o surgimento de mesquitas, restaurantes, escolas e comércio em geral.

A principal motivação para a vinda destes imigrantes foi o crescimento do comércio no Paraguai, todavia, a maioria escolheu Foz do Iguaçu para fixar residência. A maior comunidade árabe do Paraná está localizada na cidade de Foz do Iguaçu, considerada também como a segunda maior do Brasil1. Estão inseridas no município duas mesquitas, uma sendo voltada apenas para práticas religiosas, localizada no centro da cidade, e a mesquita Omar Ibin Al Khatab, fundada em 16 de agosto de 1981.

Esta mesquita é uma das principais referências da cultura islâmica no município, caracterizado principalmente como um ambiente de práticas religiosas, além de destacar-se como um atrativo turístico. A Mesquita muçulmana de Foz do Iguaçu, inicialmente, não possuía a finalidade turística.

Contudo, a partir de 2009, por reinvindicação dos próprios visitantes, a mesquita abriu seu espaço para visitação externa. A maior demanda de visitantes é de origem brasileira, seguido por argentinos. Estima-se que o local recebe de 5.000 a 8.000 pessoas por mês, principalmente nos meses de férias2. O perfil dos visitantes é variado, destacando-se estudantes universitários e professores.

O objetivo da visita normalmente é adquirir conhecimento sobre a religião e, aos estudantes, são oferecidas palestras que não estão inclusas na visitação de rotina. As visitas são agendadas diretamente com a secretaria da Mesquita, isenta de cobranças.

Para isso, é necessário informar o nome de um responsável pelo grupo, data, horário e o número de pessoas para visitação, levando em consideração que existe um limite de visitação diária de 200 pessoas e, grupos com mais que 50 pessoas normalmente são divididos. Em respeito aos costumes locais, para realizar a visita é obrigatório o uso hijab (véu) para as mulheres, além de roupas acima do joelho.

A visita é realizada com acompanhamento de um guia da própria Mesquita, com duração média de 15 a 30 minutos. A partir deste contexto, surge a pergunta que delineará este trabalho: a Mesquita Muçulmana Omar Ibin Al-Khatab oferece ao visitante serviços que visam reconhecer a cultura da comunidade árabe? Posta a indagação, o artigo tem como objetivo central apresentar uma proposta de reestruturação da Mesquita Muçulmana Omar Ibin Al-khatab em Foz do Iguaçu – PR, destacando suas potencialidades culturais.

Para atingir este objetivo, foram delineados objetivos específicos: a) reconhecer a importância da religião enquanto atrativo turístico e sua relação com o turismo cultural; b) identificar as expectativas dos visitantes da Mesquita Muçulmana e sua potencialidade como atrativo turístico do município; c) propor a reestruturação da Mesquita Muçulmana Omar Ibin Alkhatab como um espaço de preservação cultural.

City tour em Foz do Iguaçu
City tour em Foz do Iguaçu

Os recursos turísticos culturais são produtos diretos das manifestações locais, que podem ser entendidos como um conjunto de crenças, valores e técnicas para se relacionar com o meio ambiente, compartilhado e transmitido de geração a geração.

Um dos objetivos do turismo no espaço cultural é fomentar a sociedade para resgatar a preservação e a valorização de todas as formas culturais autênticos, tais como: sua comida, utensílios domésticos, artesanato, móveis, religião, arquitetura e outras que,serão utilizadas como atrativos turísticos.

A relação entre cultura e religião vem desde o Renascimento, com a inversão dos valores teocêntricos para humanistas, no qual houve um resgate e inspiração da Antiguidade grega e romana. Em função deste resgate houve a necessidade de multiplicar as produçõesliterárias, através da invenção da imprensa, além de catalogar e coletar peças que tivessem relação a antiguidade, como moedas, vasos e estátuas, monumentos de igrejas, etc.

Já com a difusão do cristianismo, em especial na Idade Média, acrescenta-se a expansão da cultura religiosa daquele tempo. (SCHNEIDER e SANTOS, 2011). De acordo com os estudos de Veloso (2003), o turismo religioso é a crença valiosa para o povo, a qual ostenta um caráter cultural.

No entendimento de Martins (2006), a cultura é onde a religião acontece, assim, entende-se que a religião está embutida nos conceitos culturais, sendo desta forma, cada religião em si mesma, um fenômeno cultural.

Templo Budista Chen Tien

Outro ponto de parada do nosso city tour em Foz do Iguaçu é o Templo Budista Chen Tien. Logo na entrada , podemos notar a harmonia entre a belíssima construção e a natureza.

O local foi construído em 1996, sendo várias estátuas foram construídas no Brasil, com artistas e matéria prima brasileira, já com a visão de adaptar o templo à cultura local. No templo também tem outras estatuas, que são importadas da china, tentando mostrar um pedaço da ásia para os visitantes.

Logo na entrada do templo nós, se deparamos com o Buda Maytrea de 7 metros de altura, sendo o primeiro a ser construído aqui em Foz do Iguaçu. O Buda Maitreya é designado o renovador do budismo, que reiniciará o atual ciclo iniciado por Sidarta Gautama, quando os ensinamentos deste tiverem sido esquecidos na terra, iniciando um próximo ciclo do darma. Ele também é muito famoso no ocidente como o buda da felicidade e fortuna.

Em frente ao grande salão encontramos também 108 estátuas douradas do buda Amitabha, que é um numero sagrado e muito usado no budismo. As estátuas de Buda Amitabha do templo, estão realizando dois gestos nas mãos, que são chamados de "mudra" sendo a mão direita o mudra da sabedoria e iluminação, e na mão esquerda o mudra da generosidade por receber todos os seres na sua terra Pura.

Todas elas foram doadas pelo pessoal da comunidade da região e também de outros países.Cada detalhe do templo budista, foi elaborado com total precisão, como a roda do darma, estampada no chão, e detalhes chineses, a origem dessa linha budista.

O templo possui uma sacada de onde se pode avistar o rio parana, a Ilha Acaray, a ponte da amizade, o centro de Ciudad del Este no Paraguai, e uma parte de Foz do Iguaçu.

O Templo Chen Tien se orienta pela tradição comumente designada por “Budismo Terra Pura”. Para uma boa compreensão desta vertente budista é essencial localizarmos suas peculiaridades, isto é, que sejam levados em consideração os principais traços característicos de tal tradição, a qual passaremos a designar por: Budismo Terra Pura Chinês, dado que possui contornos e ênfases próprios às tradições culturais chinesas.

Além disso, para um entendimento mais embasado sobre a formação desta tradição budista e das de outras vertentes, bem como suas trajetórias até chegarem na América Latina, nos valemos de um detalhamento seguindo ordenação cronológica dos acontecimentos que consideramos mais relevantes.

O budismo foi apropriado por diversas culturas desde que surgiu na Índia, por volta de 500 AEC e teve duas rotas principais de migração a partir de lá, uma ao sul e outra ao norte. Estas “ondas” migratórias propiciaram a emergência das principais correntes budistas atuais (Theravada, Vrajayana e Mahayana), as quais migraram para a América Latina apenas na passagem do século 19 ao 20, junto com os fluxos migratórios asiáticos.

Sendo notório que se destacam nesta região apenas as vertentes do budismo Mahayana. No desenrolar do trabalho, discorreremos sobre os principais desdobramentos formadores das tradições budistas, porém, por ora, nos interessa apontar que o budismo é uma religião minoritária na região e conforma uma alteridade para a cultura local, já que possui concepções que modulam historicidades singulares.

Desse modo, o Budismo praticado no Templo traz toda a diversidade que reside em sua tradição de longa data. As tradições budistas serviram como fonte de inspiração para muitas culturas, além de terem se servido do encontro com diversas tradições culturais, dentre as quais, em solo chinês, coexistiu, por exemplo, com o Taoísmo e Confucionismo.

Assim, representa uma marcada diferença em comparação a uma perspectiva Ocidental e eurocêntrica bem estabelecida localmente. Tal característica faz com que o estudo destas historicidades, que há mais de duas décadas se expressam nesta região, muito nos interesse, e consideramos que constitua relevante interesse à comunidade científica.

O Templo Chen Tien está localizado na cidade de Foz do Iguaçu, bem próximo à divisa com sua vizinha, Ciudad del Este, sendo que o terreno sobre o qual está erigido se encerra às margens do rio Paraná.

Templo Budista Foz do Iguaçu
Templo Budista Foz do Iguaçu

Seguimos apresentando, em termos gerais, algumas disposições geográficas e culturais da Fronteira Trinacional, de modo que facilite a melhor compreensão do leitor a respeito da realidade contextual que perpassa o Templo. A região pensada aqui é dividida por meio de aduanas terrestres e fiscalização dos rios limítrofes dos territórios nacionais.

Possui uma rica configuração demográfica por ter sido uma região alvo de várias e variadas ondas migratórias, além do que, o Templo aqui analisado é fruto de uma destas: a migração taiwanesa, abrigada principalmente em Ciudad del Este . 5 Em meio à convivência de tantas culturas, é importante atentar-nos à coexistência das diversas religiões que acompanham estes grupos étnicos.

Tal coexistência é marcada pela necessidade de destacar sua presença na região, seja através de investimentos para introjetar sua imagem no imaginário local, seja disponibilizando serviços à população, de maneira mais direta (por exemplo, com caridade ou cursos de capacitação profissional).

Deste modo, o estudo desta região a partir de um viés cultural pode ser muito frutífero e relevante, sendo inevitável abordarmos a forte presença regional do cristianismo em contraste com as outras correntes religiosas.

O começo da influência cristã, em toda a América Latina, remonta à época da conquista do continente chamado pelos europeus de América, iniciada com a expedição de Colombo, em 1492 EC, à região do atual Caribe. A partir de então, tal influência não parou de ser espalhada por todo o território desta macro-região, através, principalmente, de trabalho missionário .

Estes missionários, muitas vezes, desde as práticas relacionadas às 6 antigas reduções jesuíticas, em alguns casos até mesmo cometiam intensos epistemicídios 7 , encobertos pela justificativa de “educar os selvagens”, catequizando-os, isto é, reduzindo os povos indígenas originários do continente à fé cristã.

Apesar da resistência cultural empreendida pelos povos originários, sincretizando elementos culturais colonialmente impostos, ao se apropriarem da fé cristã, não é de se admirar que o cristianismo marque presença tão forte e visível por toda a região da Fronteira Trinacional.

Ao nos atermos à cidade de Foz do Iguaçu, uma igreja católica tem lugar de destaque, já que está presente desde o período de fundação da cidade , a Paróquia São 8 João Batista. Esta paróquia se encontra em localidade do centro da cidade de considerável altitude, o que lhe confere uma boa visibilidade, além de estar intimamente ligada à criação da antiga “Vila Iguassu”, originária desta cidade.

Se colocando, portanto, como forte presença na história e no imaginário do município. Outras fortes influências cristãs também são encontradas, seja com a imagem de um crucifixo enorme situado na parede da Câmara dos vereadores (bem ao lado do brasão de Foz do Iguaçu), seja nas diversas outras referências e Igrejas Cristãs espalhadas por toda a municipalidade e, até mesmo, por toda a região.

A forte presença cristã aparece como um elemento comum que transborda as fronteiras nacionais. Nesta região, também convivem com esses notórios ícones do cristianismo, outras manifestações étnico-religiosas, a exemplo do candomblé e seus terreiros, do Islã e suas mesquitas, dos hare-krishnas e seus templos, dentre outras de presença mais discreta.

Destacamos também a presença de outra vertente budista na cidade, esta é conhecida por seguir a “filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin” . Esta 9 vertente budista é apresentada, estudada e praticada por meio da associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI), com sede regional em Foz do Iguaçu. Ademais, tem sede própria, porém, cujo acesso não é tão amplo quanto ao do Templo estudado. Além do que, este Templo não aposta em enaltecer-se como um ícone, já que não parece pretender alcançar magnitude por meio de suas imagens, assim como faz o Templo estudado .

Não 10 se faz uso pedagógico de imagens icônicas, e sim uma rejeição a imagens que pretendam representar pictoricamente o Buda e certos aspectos da doutrina, concentrando a atenção principalmente na essência do Sutra de Lótus , simbolizada no Gohonzon.

Este seria a 11 síntese dos trabalhos do professor budista do século 13 EC, Nichiren Daishonin, que, no Japão, “definiu a ‘Lei Mística’ descrita dentro do Sutra de Lótus como ’ e representou-a em forma gráfica como Gohonzon, estabelecendo um caminho para todas as pessoas se conectarem com ele” . Afastado de uma urbanização intensa, em localidade mais pacata e bucólica, o Templo pretende transmitir um ambiente sagrado à moda budista, concretizando uma harmonia entre natureza e concreto.

Vemos por lá uma abundante e irradiante flora, além de maravilhosas estátuas com suas cores e curiosos códigos gestuais. Também são notórios os requintes da arte budista chinesa, que ganham expressão impactante no imenso Templo de 2 andares, o local de realização das cerimônias que abriga dois pequenos dragões amarelos (ou dourados), nas extremidades de seus telhados curvos, bem à moda chinesa.

Manifestando uma diversidade de artefatos “carregados” de histórias, o Templo Chen Tien se apresenta como um forte ícone budista na região e manifesta-se com um objetivo grandioso, o de espalhar os ensinamentos budistas por toda a América Latina. Porém, teria sido este o propósito que motivou a comunidade taiwanesa a construí-lo?

Quando nos atentamos mais especificamente ao período de implantação do Templo Chen Tien, a década de 90, temos que foi uma década bastante conturbada para a Fronteira Trinacional. No período, esta foi alvo de um intenso esforço internacional de perpetrar um “combate anti-terrorista”, cujo estímulo principal partiu de articulações políticas originadas em discursos difundidos pelos EUA .

Estas articulações figuravam os povos 13 árabes e muçulmanos como uma ameaça para a população local e estão intimamente associadas à própria emergência de um termo que passou a denominar a região, sendo que o “nome ‘Tríplice Fronteira’, designando uma entidade internacional única, surgiu apenas na década de 1990, no contexto da deflagração dos atentados terroristas em Buenos Aires”.

Ao refletirmos sobre sua implantação, há outra possível motivação a ser levada em conta. Pode ter ocorrido uma recepção positiva por parte da população frequentadora da Mesquita Sunita desde 1983 EC.

Da percepção desta recepção como vantajosa, ou “fértil”, teria emanado o incentivo e a mobilização necessários para que a comunidade taiwanesa pudesse efetivar a construção deste Templo com quem aparece como ator principal do processo de implantação, o Mestre Tong Zhong, até hoje, seu principal administrador. De qualquer modo, dada a característica central do ecumenismo budista, a noção de que o Templo não pretende fazer frente à mesquita, mas tornar-se ícone budista, sem diminuir nenhuma outra religião ganha relevância.

E é neste sentido que construímos nossa hipótese. Estudamos aqui alguns aspectos consequentes a este esforço de tornar-se forte referência, que possibilitaria o principal objetivo anunciado pelos atores centrais às práticas rotineiras do Templo: plantar “sementes budistas” no fértil terreno da América Latina.

Tal esforço também pode ser lido como uma busca por ter um alcance cada vez mais global, transcendendo os limites locais. Podemos considerar que a intenção de transformar o Templo em um ícone para o budismo regional parece já estar presente em sua implantação, ao levarmos em conta a localidade e as dimensões do terreno escolhido para tal.

O Templo realmente se tornou um ícone budista para muitas pessoas e passou a ser referência nas agências de turismo da região. O que faz com que sua imagem circule e seja, por exemplo, associada ao sorridente Buda Maitreya , levando um grande número de pessoas às imediações do Templo.

O 18 turismo é um grande articulador econômico da cidade e da região, assim, parece ter sido usado como meio para que a comunidade budista do Templo consiga expressar sua tradição em maior extensão. Então, uma boa vantagem da associação com o circuito turístico está relacionada com o amplo potencial de fazer com que ideias, imagens e, consequentemente, historicidades possam ser acessadas por um grande número de pessoas.

Abre-se aqui uma característica central do Templo Chen Tien, também ligada a seu propósito de implantação e a sua função social: ocorre uma baixa adesão da população local e de fora da comunidade taiwanesa em integrar formalmente esta tradição religiosa .

O que nos deixa a questão do por que tal fenômeno se daria ali? Seria uma dificuldade em formar novos budistas ou decorrência de haver outras prioridades definidas?

Isto posto, consideramos o estudo das historicidades budistas como muito importante para entendermos os diferentes modos de se relacionar com o tempo e com a história, os quais enriquecem o espectro de possibilidades oferecido às pessoas circulando pela região, ou que, de alguma forma, entram em contato com as imagens e conceitos do Templo. Passamos então a analisar o conceito de historicidade e a viabilidade de seu uso em modo transcultural.

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