Créditos do conteúdo abaixo para:
Lavínia Raquel Martins de Martins e Doris van de Meene Ruschmann
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Desenvolvimento Histórico e Turístico de Foz do Iguaçu
Foz do Iguaçu conta atualmente com uma estrutura política, econômica e social condizente com a dos municípios de grande porte do Estado do Paraná, destacando-se dos demais pela posição geo-política e localização privilegiada.
Encontra-se em uma região caracterizada pela diversidade cultural. São 80 nacionalidades diferentes residindo no município. A base da economia está no turismo, com destaque para o comércio e serviços. Esta pesquisa vem a explorar o desenvolvimento do turismo na sua base histórica, desde os primeiros descobridores da região até os dias atuais, verificando suas dimensões geográficas e seus aspectos sócio-econômicos.
Foz do Iguaçu teve sua colonização muito tardia, se compararmos ao descobrimento do Brasil em 1500, início do século XIV, o município só foi fundado no início do século XX, mais precisamente em 14 de março de 1914.
Inicialmente as terras paranaenses pertenciam à Capitania de São Vicente, eram percorridas esporadicamente durante o século XVI, por europeus exploradores da madeira de lei existente na região. A partir do século XVII teve início a colonização, sendo fundada a Vila de Paranaguá em 1660.
Os dados históricos da região, hoje denominada Foz do Iguaçu, se perderam no decorrer dos anos, pode-se dizer que a cidade completou 96 anos em 2010, por ter sido ela fundada em 1914.
A formação geológica das Cataratas do Iguaçu data de 120 milhões de anos, numa seqüência de erupções vulcânicas e, pesquisas arqueológicas realizadas pela Universidade Federal do Paraná no espaço brasileiro do reservatório de Itaipu, antes de sua formação, situaram em 6.000 a.C. os vestígios da mais remota presença humana na região; vários grupos humanos sucederam-se ao longo dos séculos.
Os últimos que precederam os espanhóis e portugueses foram os índios caingangues que chamavam a região de Ara’puka, devida a sua geografia acidentada. As margens do Rio Iguaçu era utilizada pelos indígenas para o culto ao Deus M’Boy e a Tupã.
Alvar Nuñez Cabeza de Vaca
A história do território do Iguaçu tem seus primeiros registros com a viagem de Alvar Nuñez Cabeza de Vaca, este saiu da Espanha com uma expedição colonizadora rumo a Assunción no Paraguai. Iniciou sua trajetória com 400 homens em busca de terras que havia requerido à Coroa da Espanha.
Alvar Nuñez Cabeza de Vaca aportou em Santa Catarina e de lá se aventurou em direção à Bacia do Prata. Em 1542 chegou ao Rio Iguaçu e por ele seguiu viagem com índios caigangues. Atingiu as Cataratas sem aviso sobre as quedas d’água. Sua expedição escapou. Seguiu viagem pelo Paraguai, sem deixar rastro de qualquer forma de ocupação da área. De Alvar Nuñez Cabeza de Vaca na região ficou apenas o registro de que foi o "descobridor" das Cataratas. Ele as denominou de Saltos de Santa Maria.
Depois dele sucedem-se fatos ligados aos índios, missões jesuíticas e disputas entre espanhóis e portugueses pela posse do território, numa saga que se arrastaria até fins do século XIX, quando enfim teria início o processo de colonização.
Coube aos bandeirantes a façanha de conseguir este território para o domínio português mais tarde. Mas os portugueses limitaram-se à conquista e não ocuparam efetivamente o território, que assim permaneceu esvaziado de população e livre de qualquer exploração.
A garantia de que este território seria português e integrado ao mapa do Brasil se deu com o Tratado de Madri, celebrado entre Portugal e Espanha em 1750. Este confirma diplomaticamente as novas fronteiras entre os domínios espanhóis e portugueses, onde o Oeste paranaense é ratificado como português, sendo o rio Paraná a fronteira natural com as possessões espanholas. Mas não foi neste momento o início da ocupação e colonização.
Uma tentativa de ocupação foi feita em 1765: quando foi sugerida a criação de um estabelecimento militar na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina para garantir o domínio português sobre a área. A proposta não se concretizou e a região continuou relegada e esquecida. Só mais de um século depois, em 1876, houve uma expedição redescobridora com a pretensão de incorporar ao território nacional uma província considerada perdida. Foi apenas um ensaio de ocupação, que não se consumou.
Fato novo, porém, ocorreu em 1881: Foz do Iguaçu recebeu seus dois primeiros habitantes, o brasileiro Pedro Martins da Silva e o espanhol Manuel Gonzáles. Pouco depois chegaram os irmãos Goycochéa, que começaram a explorar a erva-mate. Enquanto isso, o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro, discutia a necessidade de fundar uma colônia militar e um destacamento da Marinha na Foz do Rio Iguaçu. Preocupava ao Ministério da Guerra, o crescimento da população argentina e paraguaia na região e a exploração predatória da erva- mate e da madeira.
A velha luta para garantir a integridade do território brasileiro neste ponto do mapa não havia terminado. Era chegado o momento de dar um impulso definitivo à ocupação por brasileiros do estratégico ponto geográfico da fronteira com o Paraguai e a Argentina.
A ocupação da região ocorreu de forma bastante irregular e precária, tendo como única frente de expansão a cidade de Guarapuava. Este ciclo de ocupação da região caracterizava-se pela extração da erva-mate e pelo corte predatório da madeira nas grandes propriedades. Não havia interesse de fixação definitiva nas terras da região, pois esta forma de exploração predatória obrigava os trabalhadores a sucessivas mudanças em busca de novas frentes de trabalho em outras terras.
Oito anos após a chegada dos primeiros habitantes da região, em 1889, foi fundada a Colônia Militar do Iguaçu na fronteira - marco do início da ocupação efetiva do lugar por brasileiros e do que viria a ser o município de Foz do Iguaçu.
A expedição do Engenheiro e Tenente José Joaquim Firmino chegou a Foz do Iguaçu em julho de 1889. Foi feito um levantamento da população e foram identificadas 324 pessoas, em sua maioria paraguaios e argentinos. Mas havia também espanhóis e ingleses, já presentes na região e dedicados à extração da erva-mate e da madeira, exportadas via rio Paraná.
Em 22 de novembro do mesmo ano, o Tenente Antonio Batista da Costa Júnior e o Sargento José Maria de Brito fundaram a Colônia Militar, e tinham competência para distribuir terrenos a colonos interessados.
O tenente Batista recebera instruções para fundar a Colônia a quatro quilômetros do ponto de encontro dos rios Iguaçu e Paraná e lá erguer um mirante que possibilitasse observações a grandes distâncias3. Se as instruções tivessem sido seguidas, a cidade de Foz do Iguaçu teria surgido na área onde hoje se encontra o Colégio Agrícola. Como era época de estiagem e obter água no local indicado era difícil, o acampamento foi montado às margens do rio Monjolo, justamente onde hoje está o centro da cidade, no ponto mais baixo da avenida Brasil.
Em 20 de outubro de 1892, o Ministério de Guerra desmembrou a Colônia Militar da Comissão Estratégica do Paraná, esta continuara com a responsabilidade de abrir uma estrada de Guarapuava até Foz do Iguaçu. Tudo ia bem, mas em 1893 uma horda de derrotados na Revolução Federalista deflagrada no Rio Grande do Sul passou pelo povoado saqueando, espalhando o terror e forçando a uma debandada geral.
O governo federal não aplicou os recursos necessários e passou a Colônia à jurisdição do governo do Estado. De qualquer forma, a presença militar na área teve os méritos de garantir a posse do território pelo Brasil, disciplinar a atividade econômica e dar segurança à população. Além de plantar essa base inicial, a presença do Exército na fronteira seria permanente, chegando a constituir-se numa das principais bases militares no Paraná - o atual 34º Batalhão de Infantaria Motorizado.
No ano de 1897 foi criada a Agência Fiscal, chefiada pelo Capitão Lindolfo Siqueira Bastos. Ele Registrou a existência de apenas 13 casas e alguns ranchos de palha. Nos primeiros anos do século XX a população de Foz do Iguaçu chegou a aproximadamente 2.000 pessoas e o vilarejo dispunha de uma hospedaria, quatro mercearias, um rústico quartel militar, mesa de rendas e estação telegráfica, engenhos de açúcar e cachaça e uma agricultura de subsistência.
Nas primeiras décadas de existência os avanços do novo município foram penosos, lentos e pequenos. A região era pouco habitada. Por toda a área ribeirinha do Rio Iguaçu não havia núcleo de brasileiros. No rio Paraná não havia navegação nacional. A cidade de Foz do Iguaçu era servida por um porto que não passava de uma simples rampa em local de difícil atracação. No lado paraguaio existia um porto aberto por uma companhia de extração de madeira. O único núcleo de desenvolvimento brasileiro digno de menção à época era Porto Mendes, perto do distrito de Guaíra, no rio Paraná. Seu desenvolvimento era consequência de ser porto de escoamento de erva-mate da companhia Mate Laranjeira.
Faltavam estradas e comunicação. A antiga estrada ligando Foz do Iguaçu à Ponta Grossa através de Catanduva e Guarapuava era de trânsito dificílimo em época de estiagem e simplesmente impraticável em época de chuva. O transporte de passageiros era feito quase exclusivamente por barcos estrangeiros que trabalhavam com frete de erva-mate e madeira.
Neste período de dificuldades, o município recebe sua primeira visita ilustre, Santos Dumont. O visitante conheceu a região das cataratas em 1916. Conta-se que, ao saber ser ela propriedade privada, colocou toda sua autoridade diplomática a fim de transformá-la em patrimônio nacional. A vontade do pai da aviação concretizou-se no dia 31 de julho de 1916, o Diário Oficial publicou o Decreto 653 que declarava os 1.008 hectares de Jesus Val como de utilidade pública, de acordo com a Lei 1260. Em 1939 o Governo Federal transformou a área em Parque Nacional do Iguaçu e, em 1986, a ONU, através da UNESCO, declarou o ecossistema como Patrimônio Natural da Humanidade. Em homenagem ao precursor, Santos Dumont, há uma estátua dele no centro do Parque.
Em 1918, o município passa a chamar-se Foz do Iguaçu, o nome do município é de origem guarani podendo ser decomposto, na sua grafia primitiva – ü (água, rio) e wa’su (grande), portanto rio caudaloso. Por estar situado na confluência dos Rios Paraná e Iguaçu.
Em 1920 é inaugurada a estrada ligando Foz do Iguaçu a Guarapuava, quando já se iniciam viagens para conhecer as Cataratas do Iguaçu, mas ainda não há registros oficiais na região da chegada destes visitantes, há sim a informação da chegada dos primeiros imigrantes alemães, italianos e polacos quando começam a aparecer os primeiros nomes estrangeiros das famílias que fazem parte do desenvolvimento da cidade.
A cidade passou por alguns percalços, em 1924, foi invadida pelos revolucionários da Coluna Prestes. Por quase um ano parte considerável da população de Foz do Iguaçu viveu refugiada na Argentina e no Paraguai.
A situação de Foz do Iguaçu alcançou alguma melhora a partir da Revolução de 1930, no sentido de sua maior inserção econômica, política e social no Paraná. Foi nomeado interventor federal no Estado o general Mário Tourinho, que tomou medidas enérgicas para a nacionalização da fronteira, num movimento de marcha para o oeste incentivado pelo governo federal também em outras regiões do país. O general tornou obrigatório o uso da língua portuguesa e da moeda nacional no comércio e nos serviços públicos, e nacionalizou latifúndios.
Em 1935, foi inaugurado oficialmente o primeiro Campo de Pouso de Foz do Iguaçu.Neste período, foram chegando os primeiros agricultores do Rio Grande do Sul, dando início a uma nova fase de ocupação, com a fundação de novas cidades e com a instalação da agricultura na região do extremo-oeste paranaense e consequente expansão da fronteira. No início, a estrutura fundiária era baseada na pequena propriedade e, muitas vezes, era apenas de subsistência.
A implantação do sistema viário e aéreo, ainda que precário, permitiu a dinamização da agricultura, favorecendo a comercialização do excedente agrícola e incentivando o aumento da produção de culturas extensivas de grãos com vistas à exportação. Como reflexos destes fatos associados, temos um aumento na demanda por bens manufaturados com consequente crescimento no número de estabelecimento comerciais, e, começa a apresentar os viajantes que vinham com cunho comercial e também à passeio, normalmente para conhecer as Cataratas do Iguaçu, o município também se encontrava, nesta época como ponto de parada para comerciantes que tinham negócios com o Paraguai e a Argentina.
Em decorrência, da utilização do sistema viário e aéreo em 1936 é projetada a construção do Hotel Cassino Iguaçu. Sua construção foi executada entre 1938 a 1939, pela Cia. Nacional S/A, do Rio de Janeiro e sua localização no centro do município, onde hoje funciona o senac.
Em 1939, com a criação do Parque Nacional do Iguaçu pelo Governo Federal, com área total de 156.235,77 hectares, o turismo de visitantes ao Parque já se demonstrava como maior fonte de renda do município.
Com o passar dos anos e em função do turismo, foram surgindo outros hotéis e restaurantes, e as obras de infraestrutura da cidade foram ampliadas. A cidade passou a ter vida econômica própria, contando com uma população aproximada de 34.000 habitantes.
A inauguração da pista, para aeronaves leves, do atual aeroporto de Foz do Iguaçu ocorre em 1967, em setembro do mesmo ano já acontece o primeiro pouso de uma aeronave comercial.
O final desta década se caracteriza também pela consolidação da economia do setor terciário, que no Município passou a ter uma participação cada vez maior na geração de renda e na absorção de mão-de-obra. Neste período a base econômica municipal se dava em funções urbanas diversificadas e direcionadas ao atendimento dos fluxos turísticos.
A partir de 1974, começa definido o novo ciclo de desenvolvimento do Município, intimamente ligado à implantação da usina Hidrelétrica de Itaipu. A construção da Hidrelétrica causou fortes impactos em toda a região do extremo-oeste do Paraná, principalmente em Foz do Iguaçu, em virtude do canteiro de obras da usina situado no Município.
Nesta fase do desenvolvimento da cidade, a construção da Hidrelétrica passa a ser um forte fator de atração de correntes migratórias, trazendo, além de contingentes populacionais de outras partes do Estado, principalmente trabalhadores e seus familiares de São Paulo, Minas Gerais, e Rio Grande do Sul.
A construção da hidrelétrica de Itaipu empregou um contingente de mão-de-obra que, no ápice de sua construção, atingiu cerca de 40.000 trabalhadores.Foz do Iguaçu, segundo dados do IBGE, contava em 1970 com 33.966 habitantes e passou a ter 136.321 em 1980. Se comparada à população de 1960 (28.212 habitantes), registrou-se um crescimento de 383% no total da população do município em apenas 20 anos.
Simultaneamente a esse desenvolvimento ligado, direta ou indiretamente, à construção de Itaipu, a partir de meados da década de 80, percebe-se um crescimento na importância das transações entre Brasil e Paraguai, principalmente para Foz do Iguaçu e Cuidad del Este.
Nesse período, verificou-se uma ampliação na importância do “turismo de compras” e do comércio atacadista exportador para a região fronteiriça. Notou-se uma significativa elevação na demanda de produtos eletroeletrônicos, por parte dos compristas brasileiros. Isso determinou o direcionamento de maiores investimentos dos comerciantes instalados no Paraguai, principalmente de origem árabe e asiática, na estrutura comercial de Cuidad del Este.
No lado brasileiro da fronteira, observou-se um aumento no número de turista que chegavam a Foz do Iguaçu com o objetivo de fazer compras no Paraguai. Esse turismo, ao qual se convencionou chamar de turismo de compras, assume uma parte da economia local, pois movimenta hotéis, restaurante, lanchonetes, agências de turismo e outras prestadoras de serviços, bem como absorve parte dos trabalhadores do município. Hoje em dia, este tipo de turismo teve uma qualificação, através do controle aduaneiro feito pela Receita Federal brasileira, onde a fiscalização não permite a passagem de contrabando, Foz do Iguaçu ainda está se adaptando a essa nova forma de sentir o “turismo de compras”.
Foz do Iguaçu, com o aumento da população devido às obras de Itaipu, aguardava o término da construção para que os migrantes retornassem para suas cidades, não foi o que aconteceu. Em maio de 1982, mais um município se desmembrou, foi Santa Terezinha de Itaipu, levando a metade do espaço territorial de Foz do Iguaçu. E, notou-se a fixação da maior parte daquelas pessoas, trabalhadores da Itaipu, e de suas famílias em território do município de Foz do Iguaçu. Estas passaram a desenvolver funções relacionadas, cada vez mais, ao turismo de compras, ao comércio atacadista exportador e outras atividades ligadas ao setor terciário.
O agravamento da situação social de Foz do Iguaçu com o crescente desemprego e o desenvolvimento de uma economia informal acarretou um aumento do favelamento urbano, nas dificuldades dos setores sociais e especialmente nas áreas de educação, saúde e segurança pública.
Nesta fase, a abertura de postos de trabalhos não acompanha o mesmo ritmo do crescimento populacional que, entrando em idade economicamente ativa, não consegue nenhuma colocação no mercado, acrescentando-se que o fator migratório torna esse fato ainda mais crítico. A diminuição do turismo de compras possibilita a dispensa de trabalhadores informais tanto na cidade, como em Cuidad del Este, contribuindo para o agravamento aqui instalado, principalmente no tocante ao principal problema urbano da cidade, o desemprego.
Entretanto, em 1984 iniciam-se as obras para a construção de uma ponte ligando o município de Foz do Iguaçu ao município de Puerto Iguazú na Argentina, sua inauguração se deu em novembro de 1985, e recebeu o nome de Ponte Tancredo Neves.
Em 1986 ocorre o Tombamento do Parque Nacional do Iguaçu como Patrimônio Natural da Humanidade, pela UNESCO. Com o fato do tombamento o destino Foz do Iguaçu começou a ser mais procurado e resultou nas obras de ampliação do Aeroporto, as obras terminaram em 1989, e o aeroporto passou a receber aviões de maior porte, e de destinos internacionais.
Com esse contingente de obras, a construção civil se manteve contratando boa parte da mão-de-obra que estava ociosa, mas não conseguiu diminuir o desemprego, o que ocasionou um aumento na violência e no contrabando.
A Itaipu Binacional, também procurou empregar a população, mas sua natureza exigia o conhecimento técnico, o que excluía muitos, mesmo assim construiu uma grande infraestrutura turística. Possui um sistema de áreas protegidas, incluindo unidades de preservação, sendo quatro no Paraguai e duas no Brasil, entre as quais está o Refúgio Biológico Bela Vista. Uma área de preservação permanente, com o objetivo de preservação da flora e da fauna, pesquisas, recuperação de áreas degradadas, paisagismo, reprodução de animais, educação ambiental, reprodução de mudas e abastecimento de água para o município de Foz do Iguaçu.
Durante a formação do lago, em 1982, inúmeros animais foram resgatados, com a operação conhecida por Mymba Kuera, sendo uma parte dos animais destinados a instituições de pesquisa e outros foram soltos em reservas e refúgios biológicos.
Em 1987, a Itaipu, inaugura o Ecomuseu, o 1º da América Latina, onde conta a história da construção da usina, bem como, todos os dados analisados na biodiversidade da região. A Itaipu também implementou um Complexo Turístico para Visitação, onde em dezembro de 2002 inaugurou a Iluminação Monumental de Itaipu e, em maio de 2006 é inaugurado o Canal das Águas Bravas que é parte integrante do Canal da Piracema e foi desenvolvido com o objetivo de incentivar a prática de esportes náuticos de competição. O CTI – Complexo Turístico de Itaipu tem diversas formas de passeio, onde no centro de visitantes, o turista decidirá o que irá visitar.
A necessidade da Itaipu de mão-de-obra, bem como outras áreas de um município em crescimento, levou a cidade ao progresso, apresentando outras obras civis para a melhoria da receptividade do turismo, como o Centro de Convenções do município, as novas instalações do Aeroporto Internacional, a 1ª Biblioteca especializada em turismo, a construção da Rodoviária Internacional de Foz do Iguaçu, a construção do Parque das Aves, a inauguração do Zoológico Bosque Guarani, a construção do Templo Budista de Foz do Iguaçu, a inauguração do Espaço das Américas (auditório construído para reuniões dos três países fronteiriços, localizado no ápice da Tríplice Fronteira), a revitalização do Parque Nacional do Iguaçu.
No decorrer destas últimas décadas, o turismo começou a se consolidar com a criação do SINDETUR (Sindicato Das Empresas de Turismo de Foz do Iguaçu), com a criação da sede da ABIH (Associação Brasileira de Indústria de Hotéis) no município, com a instalação da diretoria regional da ABAV (Associação Brasileira das Agências de Viagens), a inauguração do Iguassu Convention & Visitors Bureau.
Os visitantes que chegam em Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, se surpreendem com a cultura das 80 etnias que compõem a população local. A região é exemplo para o mundo de convivência pacífica entre povos de diferentes costumes e nacionalidades. Os traços dessa variedade cultural se refletem nos hábitos peculiares- religião, vestuários, alimentação e línguas - encontrados somente nesta fronteira. A comunidade árabe da Tríplice Fronteira tem uma ampla estrutura com direito a uma mesquita e quatro escolas. Esse comércio de serviços atende especialmente os migrantes, em sua maioria vinda do Líbano.
A presença de argentinos e paraguaios em Foz foi identificada já na época da formação da colônia militar, no século XIX. Atualmente, eles são parte integrante do município. Entre as décadas de 40 e 70, gaúchos e catarinenses e posteriormente cariocas, paulistas, mineiros e nordestinos escolheram a região para produzir a terra, construir a Itaipu Binacional e criar seus filhos. Os chineses e coreanos foram os últimos a chegarem e, o mandarim já é ouvido e falado no município.
A preferência pelo turismo internacional trouxe a Foz e região uma leva de profissionais estrangeiros que trabalham em diversas áreas de prestação de serviços. É fácil encontrar bailarinos argentinos que dançam nas casas de shows; americanos proprietários de agências de turismo; franceses livreiros e portugueses hoteleiros. O caldeirão cultural da Tríplice Fronteira rendeu nome para o espaço mais democrático da comunidade. Localizada no centro de Foz, a Praça das Nações recebeu esse nome justamente numa referência as 80 etnias do município. Ela é o palco das manifestações dos povos que formam uma região única no planeta.
Foz do Iguaçu goza das vantagens de sua localização estratégica na Tríplice Fronteira, possuindo perspectivas otimistas de crescimento econômico, com a atração de novos investimentos e consolidação de empresas que poderão usufruir desse nicho de mercado, até então pouco ou informalmente explorado.
A expansão de cursos superiores na cidade, além do fator de atração de jovens e profissionais especializados, possibilita também a constituição de um pólo tecnológico, referencial para os novos momentos que estamos vivendo.
Foz do Iguaçu possui a 8ª Maravilha da Natureza, as Cataratas do Iguaçu, a maior do mundo, que durante toda a sua trajetória de município, é e sempre será o ponto forte de atratividade do turismo no município, apesar de ter-se inventado e construído novos atrativos turísticos, ainda o atrativo principal são as Cataratas. Nota-se a dificuldade do poder público em ver realmente este ponto forte, há iniciativas em novos produtos turísticos em toda a história da região, desde a criação do Parque Nacional do Iguaçu, há a necessidade de se investir mais na tradição da Terra das Águas que é Foz do Iguaçu.
Como no início deste trabalho, se reforça que muitos dos dados históricos do município se perderam no decorrer dos anos, mas pode-se mostrar a realidade local frente ao desenvolvimento turístico, mostrando que sempre o marco principal do turismo na região foram as Cataratas do Iguaçu, o município de Foz do Iguaçu ainda é um marco do turismo internacional no território brasileiro e muito ainda se tem que investigar para melhorar a qualidade de vida socioeconômica da região.